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Por Isadora S. Mendes

Curto balada eletrônica. Aquele bate cabelo nervoso. Tuntz tuntz tunz… amo o cheirinho da fumaça. Onde tem as melhores baladas eletrônicas? Nas boates GLS, é claro!

E lá vou, toda feliz pra mais uma noite de bebedeira e dança. É. Porque quando se vai a uma balada GLS não se espera encontrar um homem por lá, pelo menos não hétero.

Bebi, obviamente. Às vezes a Isa não sabe brincar de beber. Bebeu vodka com energético, cerveja, Ice, tequila. Estava vendo o mundo perfeito, numa noite perfeita, onde todas as pessoas eram legais.

De repente, me aparece um cara feio, mas muito feio (e olha que quando estou bêbada eu vejo todos lindos). Sabe aqueles manos da periferia de boné virado para trás, cordão de prata e falando: “ta ligado, gata”, com a cueca aparecendo? Exatamente.

Normalmente, jamais me deixaria estar com um tipo assim. Mas eu estava bêbada, na seca, numa balada GLS. Enfim, em terra de biba quem é hétero é rei!

A gente acabou ficando. Não sei se era a seca, ou a bebida, ou a habilidade dele, ou tudo junto, mas me lembro que o cara beijava muito bem. Quem não tem nada a perder, se ganha algo fica no lucro.

Beijamos-nos muito até ele dizer que precisava ir a algum lugar pegar não se sabe o que. Já imaginei na hora: ganhei um fora de um mano da periferia. Meu Deus, a que ponto cheguei!

Mas como estava feliz, logo toquei o foda-se e continuei a dançar. Muito, mas muito tempo depois, o mano volta com uma garrafinha de absinto e me entrega. Aceitei, dei um gole, ele me deu um selinho e me deixou com o absinto e seguiu em frente.

Eu já estava feliz pelo absinto até que, de repente, olho na direção do cara e ele estava se agarrando em outra mulher…. oh wait! Não é que a mulher tinha gogó?

Sim, meu caro leitor, fui trocada por um traveco. Triste, afinal eu não tenho o instrumento de satisfação que um traveco tem. Não dá pra competir com traveco siliconado. E um traveco brega, narigudo sem cintura e sem celulite também (ódio).

Na hora fiquei desolada. Como assim Bial? Trocada por um traveco? Por que meu Deus? Tomei o resto do absinto e resolvi sair um pouco para tomar um ar e me jogar na frente do primeiro porsche que visse.

Ao chegar na rua, encontrei um grupo de carinhas reclamando da carência. Meio que por osmose alcoólica, me meti na conversa, pois, também, estava carente e tinha acabado se ser trocada por um traveco. Precisava de apoio moral.

Até que um boy magia super passivo, gesticuloso e com franja de emo me convidou para entrar e dançar. Aceitei o convite na hora.

Entramos e no meio do tuntz tuntz acabamos ficando. Que bela noite Isa: trocada por um traveco e terminando a balada com uma biba passiva. Cara, meu beijo era mais macho que o dele!!!

Porém, na minha cabeça doente de bêbada, eu tinha me vingado. Afinal, se um mano hétero pode pegar um traveco, por que eu não posso pegar uma biba passiva??

Depois de tudo isso, um amigo gay me perguntou como consegui a façanha de beijar enlouquecidamente uma bibona.

Respondi aos risos: porque uma mulher magoada é uma mulher magoada!

4 pensamentos em “O dia em que fui trocada por um traveco

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